sábado, 27 de agosto de 2016

Eu não sou um vegetal

Nunca fui fanática por cenouras, mas isso não me foi uma objeção à comê-las quando descobri que elas auxiliam no crescimento capilar.
Nem tudo que faço é o que gosto. Tal como é ignorância minha afirmar não gostar de algo sem provar. A façanha é comum a nós, seres humanos. Por isso perdoo-me.
Olhamos, por vezes, alheios e apáticos a certos outros. Por outras, sequer fazemos, como se aquele fosse à nós invisível.
E não pensamos nem o cogitamos pensar que as pessoas são mundos, complexos mundos que, por vezes, destoam do nosso. Mas, nenhuma delas, por pior que sejam a nosso ver, são como cenouras.
Quero dizer, nós nos alimentamos diariamente do conhecimento dos indivíduos e aprendemos, inclusive, a lidar com os mesmos, porque o mundo pede que façamos se queremos "viver em sociedade", ou "nos suportarmos dentro dessa sociedade".
As cenouras são a muitos repudiáveis e intragáveis, podendo não serem postas no prato. Dispensadas e ocultadas meio a tantos outros alimentos. Mas, pessoas não são alimentos. Por mais que muitas dessas sejam também, intragáveis, não podemos simplesmente apartá-las e torná-las inexistentes para nós. Taaa, até podemos. No entanto, não é essa a forma mais madura de se agir.
E, de repente, é possível passar de mocinho a vilão
De um inotável para alguém de quem se quer fugir
As pessoas estão progressivamente mais afetadas e mantenedoras da síndrome do "Isso é comigo"
Quem sou eu para falar?
Tenho um pouco dessas manias.
Não se deve olhar as pessoas como tábulas rasas. Em que não há passado, presente ou futuro.
Estigmas de uma vida, por vezes árdua. Sim, pois o calar não é sinônimo de inexistir. Inexistir problemas, virtudes ou conhecimentos.
O calar não é sinônimo de submissão ou de ser "Otária" (como fui adjetivada essa semana).
É, às vezes, sinal de respeito, e em grande parte do tempo, uma forma de evitar que medíocres ofensas inescrupulosas nos afete ou gerem uma turbulência.

_Calamo-nos porque somos tão sapientes da ignorância e imaturidade de outrem que é inválido interagir, revidar ou argumentar com quem é totalmente inflexível a ouvir opiniões discordantes da dela.

Omitir-se não é ser covarde
Cada indivíduo age de uma forma e é indispensável e insubstituível o respeito.

-R-E-S-P-E-I-T-O

Taí. Quem não souber o valor dessa palavra, talvez, de nada saiba ou coloque a perder tudo o que julga saber.
Vai além das oito letras e do simples ato de respeitar.
Respeito é empatia, é consciência, bom senso e educação.
Respeitar o outro é se ver também como um ser que pede respeito.
-"Não precisa morrer de amores, mas, precisa respeitar"_ Parafraseando uma clichê de minha mãe que, por incrível que pareça, foi a primeira frase que ouvi hoje pela manhã dela falando ao meu irmão e que por coincidência encaixei no texto.
Pessoas são gente, são vida, são histórias e mais do que aparentam serem.
Estamos cada vez mais reféns da modernidade que acabamos por esquecer ou ignoramos isso.
Grande erro, pois a falta de respeito é a carência de se colocar no lugar do outro e, como vivemos em torno de gente, somos também suscetíveis a sermos esquecidos como gente que somos.