domingo, 10 de junho de 2018

Felicite-se com o brilhar do sol para outrem

Não faz muito minha mente deitar elogios ao tão aclamado sol.
Ele que é o dono, segundo muitos, dos dias mais lindos e enérgicos, e que, incontestavelmente permite a vida em terra, faz parte de todos os nossos dias.

O sol que brilha com diferentes intensidades para diferentes pessoas em distintos momentos
Sol esse que me faz sorrir mesmo em sua intensa presença quando ele, metaforicamente, brilha para mim.

Mas olha lá... E a alegria era observada tão atentamente por todos aqueles olhares que não participavam dela. Mas será que não poderiamos ou  seriamos capazes de nos comprazer com o tão mais que contentamento daqueles que viram o dia brilhar em noite chuvosa?

Para você vir, meu caro leitor, a falácia daqueles que nomeiam  feios ou tristes aqueles dias de chuva. Era esse o mais belo na vida de cada um daqueles rostos
Diría eu, então, que é, portanto, uma difamação à esplendorosa majestade.
Ora, não posso, eu, nomear a chuva assim? Claro que posso. Está enquadrado como um direito, "Liberdade de expressão".

Eles sorriam incontidos. Alguns , acredito eu, já deveriam ter chorado anteriormente.
Anteriormente naquele mesmo dia, só que de alegria.
E anteriormente em outros dias, no desesperador percurso da empreitada.
Mas hoje era tão mais que felicidade.
Tão mais porque felicidade é algo tão relativo e grandioso, mas parece ínfimo demais para traduzir o semblante daqueles garotos.
Garotos que tão jovens pareciam terem ali alçado tudo, e nós, do outro lado da pocilga formada por finos fios acumulados de chuva, prestigiavamos apenas. Assistiamos como desinteressados ou empáticos àquele espetáculo concedido.
Alguns com estima de ser um deles, outros, imaginando seu sol brilhar e ainda os que adentraram e comemoraram a nova vida que o outro passaria a ter. Mas nenhum indiferente.

E isso é interessante perceber.
É interessante porque é inerente ao ser humano o sentir (salvo casos seletos)
E quando me refiro ao sentir não restrinjo as formas como serão sentidas as diversas experiências.
Sentir bem ou mal, sentir-se bem ou mal. Então, porque não se aprazer mesmo quando algo benéfico  atinge a outrem?

Conte-nos mais acerca daquele festival de sorrisos_Vocês devem pensar.

Pois bem...não durara tanto até que os meninos se foram dali, mas e quem disse que o júbilo tem de ser eterno para ser bom?
Isso me soa mais como desesperador. É como se dissessemos: Vamos, por favor, não se vá, pois pobre sou que nunca presenciei alegrias similares ou jamais me acometerá tamanha transcendentalidade outra vez.
A intensidade era severamente gratificante, mesmo do lado daqueles que apenas vislumbravam seu momento.
Era uma energia que ecoava e que falava por si só, haja vista as palavras, apesar de serem minhas melhores amigas, atuarem de forma vã em alguns momentos, tais como esse.

Feliz era aquele, mal sabia, não somente que presenciava o lado incontido e sublime daquela noite, mas os capazes de comprazer-se com o diáfano brilho do sol para aquelas faces rubras e mistas.
Feliz porque inteligência e maturidade é, também, ser feliz com e por outrem, sabendo aguardar o seu momento, sem ser tomado pela pressa, sem se sentir menos por ainda não ser sua vez.

Acalme-se. Pois é tudo tão calmo até que a intensidade chegue, e isso nada mais é que um tempo necessário que te prepara para a expansividade das emoções.
Chegará o momento em que estarei do outro lado e espero que, chegado ele, saibam outros, assim como eu, vir brilhar o sol para mim e esperar que ele também chegue para eles.

#UmaHeliofóbica