[24/10/2016]
E percebo que ela, errônea, porém ingenuamente se cerca e se preenche de mágoas pretéritas as quais procede a alimentar com o pior dos sentimentos rotineiramente.
Como se não vivesse o agora e se nutrisse de tudo de ruim que lhe ocorreu, como a razão não apenas para viver, como para fazê-lo mal.
Não se faz de vítima de forma alguma. Ao menos não intencionalmente. Todavia, é aparente que tudo ainda lhe dói, devido a forma que fala e como num simples piscar de olhos os seus se enchem do líquido incolor.
E profere ditos de quem tem ódio e desconhece a palavra perdão.
Não por sê-la uma má pessoa, contudo, por não ser detentora, ainda, de força ou maturidade para seguir e deixar para lá os maus momentos que lhe ocorreram.
Mas segue. Porém, segue da pior forma possível. A se achar indigna de felicidade devido ao mal que a vida lhe proporcionou.
Eres incapaz de superar ou não conseguirá sozinha?
Não somos nada sozinhos, isso é fato.
Hoje estou, aliás, ela se encontra a um passo da melhora.
Não ainda de perdoar, tampouco de esquecer, porém, de levar de forma mais benéfica a vida. Sem deixar que o passado esteja presente em cada dia como forma de lembrar-lhe o quanto foi e será infeliz pelo que viveu.
Hoje percebi que pessoas têm valores e são relevantes em nossa caminhada.
Que coisas materiais são super legais, mas não são ou não deveríam ser o que nos sustentam no mundo. Se sim, vive-se um engano, arrisco dizer.
Percebi que não sou burra, aliás, talvez o seja, mas não por sê-la de fato. Todavia, por me limitar tantas vezes e esquecer o que é viver.
Percebi que as faltas de palavras e silêncios sepulcrais ou ansiedade por tentar me expressar falhamente algumas vezes são resultados de uma vida distante de pessoas.
Nada como um dia após o outro
Em um momento, queria-me longe deste.
Em outro, percebo o que me falta.
E por incrível que pareça não é muito, apenas a sabedoria para dar valor às melhores coisas e parar de focar em extremo e tão somente em outras que por si sós não valem muito.
Aprendi que ler e estudar é importante, mas que também se adquire conhecimento com as pessoas e com o mundo. E não estou agora a referir-me ao meu mundo o qual estive trancada em todo esse tempo.
Aprendi que não sou assentimental, só perdi um pouco o conhecimento do que é expressar meus sentimentos.
Ratifico, tornei-me assim.
Hoje dei-me conta do problema, mas percebi que mais importante que identificá-lo é ver o quanto estou aberta a uma nova forma de ver a vida.
Um agradecimento especial a todos que tornaram especial meu dia. Meus tios, minha mãe, amigos e Deus, por provar-me mais uma vez de sua existência, mostrando estar sempre comigo independentemente de qualquer coisa.
#UmaHeliofóbica