sexta-feira, 13 de abril de 2018

Esse texto não precisa de um título

Era mais uma sexta e Lisa já não lembrava dos tempos em que esse fora seu dia predileto na semana. Na verdade isso foi há longínquos anos, quando ainda uma imatura menina do ensino médio.
Mas agora já não era mais a mesma, uma vez que o universo é um constante fluxo, e pudera ela levantar as mãos aos céus e pôr-se grata por tal máxima ser verídica. Mas até que ponto?
Lisa pensava, em alguns momentos, acerca do que era em terra e o que perseguia.
Pensava sobre como já fora tão mais persistente, contumaz, determinada...Teria o universo roubado a velha Lisa inclusive em suas poucas, mas incontestáveis excepcionais virtudes?
É tão raro encontrar pessoas tais como Lisa era quanto a esses pontos listados.
Lisa tinha um foco que a cegava, conseguia tudo que era possível de se obter, desde que fosse de sua estima. E agora estava ela, tão sem vida quanto folhas mortas, desejosa apenas por recuperar o ânimo que outrora tivera para coisas não tão promissoras.
Seria essa uma consequência de se amadurecer? Isto é, dar causas como vencidas? contaminar-se pela extrema descrença das outras pessoas e não ser muito mais que um prestigiador daqueles que não foram vencidos pelo fluxo do universo?
Que, por acaso, convém falar que não se mostra tão positivo se pensarmos por essa perspectiva

Anda Lisa, o tempo voa, o tempo flui
Alguém ajuda essa menina, menina que há pouco era tão autossuficiente e mesmo que sentimentalmente frágil, facilmente quebrantável, era ferrenha e guerreira em todos os outros aspectos que não envolvessem o coração.
E agora é tudo o que importa a ela, esse resto.Mas a maturidade não parece por completo benéfica. 
Lisa não queria jamais ser intoxicada por frustrações alheias, mas é tão vulnerável, sempre acreditou em energias e por mais que faça de tudo, aliás, isso é algo que devemos reconhecer "Lisa permanece persistente", sempre se fragiliza por algo que a puxa para baixo. Não seria essa força a gravidade, uma vez que a mesma sempre esteve presente em sua rotina anterior.

Compreensão._Talvez seja essa a palavra, mas poderia o tempo esperar até que ela compreendesse e buscasse uma solução para si mesma? Jamais!
Do contrário, ele passa e nunca passou tão rápido. Ela persiste numa constante e árdua, fervorosa, persistente, determinada perseguição de algo decisório.
Pensando assim, talvez seja tudo questão de perspectiva. Talvez esse lado benéfico de nossa Lisa não tenha se perdido no fluxo, muito provavelmente ela só esta, desta vez, em busca de algo de dimensão tão superior a suas anteriores metas, e por isso pensa estar tudo complicando-se mais, dizendo a si mesma não deter mais as que julga: "poucas características das quais muito me orgulho".
Persiste Lisa, mantenha-se firme.
É engraçado como ela nunca precisou que lhe dissessem isso, nem ela mesma. Mas hoje, a todo instante diz a si em alto tom ou em sussurros, nas ruas ou nos coletivos:"Você consegue!", mas baixinho, em seu ínfimo, uma descrença alimentada por condições externas à nossa pequena Lisa.

Como desintoxicar-se? Como cegar-se diante de tudo aquilo que só nos põe para baixo e nos faz pensarmos que talvez não sejamos tão capazes quanto imaginavamos?
"Give-me a answer!"_pede com seu frágio inglês, que abandonou há alguns meses a fim de se dedicar a outra meta.
Tenha foco, seja individualista(nem sempre isso é negativo), vislumbre-se em seu mais latente desejo. Você consegue pequena Elizabeth. 
É ainda jovem, não fora por completo tomada pelas mazelas das quais padecem tantos aqueles que se acomodaram e se permitiram ser plenos na condição da maturidade. Seja, com prudência, aquilo que fora em seu melhor, pense no porque da nova meta e traje-se com tudo aquilo que você mais admira em si e que sempre te fez chegar aonde desejou, perspicácia.

#UmaHeliofóbica