domingo, 4 de setembro de 2016

Contentar-se com o incontentável

Vejo-me num estado de inércia nesse instante.
Estava a pouco refletindo  como gosto de fazer. Porém, um pouco mais, pois algo,de certa forma, atormenta-me.  Atormenta-me me sentir sem entender as coisas, não ter respostas ou me sentir a boba da corte.
Questiono-me como podemos ser,  por vezes,  tão inteligentes e outrora tão ignorantes.
Sería mesmo digno sermos julgado seres pensantes se demasiadas vezes ignoramos o ato de pensar?
[...] E pegam-me com semblante sério a olhar o horizonte.  Questionam-me sobre eu estar bem.
- Sim_ respondo.
Faz-me bem pensar na vida e tentar sanar àquilo que insiste em me perseguir.
Então, vêm-me inúmeras questões.
-Porquê nos contentamos com tão pouco?
Não se trata de pregar a ambiciosidade desmedida. Trata-se de abrir os olhos para a forma com que lidamos com nossa vida e com nós mesmos.
Eu, grande observadora da sociedade,  percebo pessoas "matando-se" por tão pouco, vejo outras se conformando com questões tão desprezíveis.
Nos inconscientes, talvez pensem serem indignas de algo melhor.
Quando não estudamos e nos fixamos àquele emprego medíocre que detestamos, por exemplo.
Ou quando se apanha ou se é traído pelo/a "parceiro/a" e perguntamos: o que ainda faço nessa situação?
E as respostas nos vêm sem certezas dos próprios emissores.
Como se tais nunca houvessem parado para pensar.
Indigno é sermos considerados pensantes e agirmos como verdadeiros acéfalos.
- ahh, mas eu nunca vou gostar de outra pessoa ou esse emprego pelo menos dá para eu sobreviver. ..PARA!!!
Para de se autossabotar, de transformar sua vida em um campo de conformação.
Para de aceitar isso e viver lamuriando aos que não tem nada haver; para de se achar incapaz ou de ficar falando: Será?  E não sair da etapa do questionamento.
Você é mais que isso e merece muito mais do que a vida tem te oferecido.
Não é que a vida seja ruim ou só te dê o pior.
Ela lhe oferece um leque de coisas, mas você quem opta pelo que quer.
Mas, olha só que legal: Ainda que você tenha feito uma escolha infeliz você pode reverter essa situação.
Muitos dizem que a vida é única, então nada mais justo que aproveita-la ao máximo.  Todavia,  para isso você precisa se desprender de tudo de ruim que você considera bom e se permitir buscar outras possibilidades.
A aceitação do ruim como concepção de bom é resultado da incapacidade de se deixar conhecer coisas realmente benéficas.
E agir assim só corrobora o quão errônea é a afirmação de que somos seres superiores.

PS1: Não quero doutrinar ninguém. Esse, assim como os outros, são textos de autoria minha e que tenho mais que direito de posicionar minha opinião.
PS2: Amo português, mas não sou professora. Portanto, sem cobranças acerca de possíveis erros.

#UmaHeliofóbica

2 comentários:

  1. No que tange o contentamento, acho que todos temos uma dose dele em nossas veia. Alguns uma maior, outros, uma menor. Não importa. Mas, minha querida heliofóbica, algumas pessoas simplesmente aceitam a nossa trágica vida, e, ao invés de viver, sobrevive em suspiros ofegantes como os de um cardíaco, até o momento onde aceitam o fim incontestável. Não se aflija, digo eu, porém, é tolo e prepotente dizê-lo, já que faço o mesmo todas as manhãs ao abrir os olhos.

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  2. De fato há o contentamento. A ideia não é dizer que não é intrínseco ao homem conformar-se dadas vezes. A intenção é dizer que não devemos nos acomodar e nos contentar sendo que podemos fazer por onde mudar nossa situação.
    O ato de meramente existir e não de viver, de fato, como foi dito na metáfora, é uma opção do indivíduo.
    Todos temos livre arbítrio de fazermos nossas escolhas e arcarmos com as consequências delas.
    Quem não se aflige, não é?
    Até aqueles que pensam terem tudo passam por momentos de crise existencial ou afins. Isso também é inerente ao homem e a vida.
    Taí, a única coisa que, talvez não tenhamos escolha ou para onde correr. Quanto ao restante, vai de cada um optar pelo que julgar melhor.
    Abraços, #UmaHeliofóbica

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