sábado, 5 de setembro de 2015

Quando simplesmente cansamos...

As janelas revelam a mesma visão monótona,  a mesma sensação premeditável de sempre.
No salão de festas há pessoas que bebem e comemoram sei lá o que. Aliás,  estão sempre a comemorar, ainda que com tamanha crise.
Mais dois prédios serão entregues desde o meu e eu já nem sei se isso é bom.
Minha cama está intacta e a pretensão é que assim proceda até o vestibular passar. O quarto segue no mesmo rumo e por intacto não significa arrumando.  Nem arrumado do meu jeito seria.
Eu achei que tudo isso pudesse ser mais legal, que as pessoas fossem mais sociais e que meu entusiasmo fosse perene.
Sabe que cansei de seletas coisas, de seletas mesmices e nem meu estudo dinâmico tem sido tão dinâmico assim.  Sabe que a rotina cansa, e não importa o quão diferente ela seja. E não importa o quão você diga que adora sua rotina. Eu chamo isso de comodismo.
Só espero que tal estado de estupefação em que minha vida se encontra dê uma mudada em breve porque eu simplesmente cansei.
Cansei de ler, cansei de dinamizar, porque até a coisa mais dinâmica cansa...
Cansei de postergar a diversão,  mas como posso pensar em divertir-me com o vestibular há pouco menos de 2 meses por vir?
Como posso pensar em sair ou jogar tudo para o ar se meses não são dias e se os mesmos meses não são poucos meses?
Admito que andei negligenciando, mas isso, falo por autodefesa, que pela pressão que pus sobre mim e por outras tantas circunstâncias que a vida me apresenta todos os dias.
Todos estamos suscetíveis a isso,  mas daí desistir? ??
Nunca fui do tipo que desiste. Principalmente em se tratando de questões que julgo valer à pena. Pois jogar ao ar é perder vida.
Deixar as coisas incompletas, por fazer... é falta de compromisso consigo mesmo.
Eu não sei se é coisa da idade ou se no fundo não estou em nível de maturidade para lidar com uma rotina por vezes tão aturdida, por outras fadada à monotonia. Mas por enquanto é isso que está sendo a mim proporcionado. Minha vida é como uma gangorra, alusão clichê,  altos e baixos. Sou movida pelo momento e pelas emoções.  Conforto-me apenas por saber que não há nada que dure para sempre, e se durar é porque possivelmente há algum erro e talvez esteja em mim que não me permito mudanças devido ao conformismo da situação.

#UmaHeliofóbica


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