domingo, 15 de março de 2015

Até o foco em excesso faz mal

Encontro-me numa fase onde tudo é novo e na maioria das vezes vejo-me sem viver. Também é o que me afirmam os que estão a minha volta e fazem-me ter distintas atitudes a depender de determinadas circunstâncias como: O dia, meu humor ou simplesmente a vontade que estou em levar em conta o que pensam sobre meu modo de vida. Por vezes desdenho, por outras ignoro. Às vezes até tento pensar somente pelo fato da pessoa que está a falar comigo, mas daí lembro que tenho muito trabalho pela frente.
Talvez a vida também pense como as pessoas ao meu redor, pois traz à mim situações propensas a reflexões como em noite passada. Afirmo que ela é a única capaz de me despertar vontade grande o suficiente em pensar sobre o que estou a fazer de minha existência. Será que ando apenas existindo e vagando pelo mundo? Pois sim, parece que é bem isso já que pouco interajo com as pessoas e com o mundo.
Quando tento viver, seguindo a concepção dos que fazem, vejo-me logo a regredir até onde estava.
Talvez eu não saiba como fazer ou tenha desaprendido. As vezes esqueço como a vida é bela, como o ar é ainda mais gostoso à noite e que é exatamente por isso que desço em todas elas à praça do meu condomínio para estudar. Lembro só agora que quando eu menos imaginar terei 18 anos e eu não acho isso legal.


As vezes esqueço de olhar para o céu, visto que ando tão atrasada nos conteúdos dos estudos, tenho isso então como perda de tempo. Para ser sincera até penso em fazer, mas quando vejo já estou com sono, então subo guardo os livros e durmo. Privo-me do céu, das estrelas, de admirar o momento mais lindo do dia que é a noite, assim como de qualquer tarefa que eu julgue lazer ou simplesmente distração.
Quando algo arranca um sorriso meu faz-me ganhar o dia e ter maravilhosas sensações de como viver é bom, porque para mim é como se anterior ao sorriso eu não estivesse vivendo. Como se eu estivesse fechada para a vida e para as pessoas.
Perco tanto tempo planejando o quanto tenho que estudar para estar adiantada, privando-me de inclusive estar com pessoas que esqueço o quão é primordial à saúde.
Meu mal talvez seja o meu bem também, para não faltar com o padrão da contradição. Meu mal é talvez levar, não tudo, mas a maioria das coisas a sério demais, é ser focada ao extremo, certa ao extremo, dedicada ao extremo e esquecer que a regra de que tudo demais faz mal também se aplica a  mim. Esquecer que há vida lá fora.
Pois tenho esquecido disso. Juro que tenho esquecido completamente disso.
Meu erro é focando tanto quando quero algo e acabar só enxergando aquilo, privar-me de tudo, implantar uma ideia fixa em mim.
Meu mal é deixar passar com ligeireza ainda maior a melhor fase sem sequer aproveita-la.


Se eu não estivesse olhando agora por esse ângulo diria que é necessário e que todos os esforços valerão à pena.
E sim, mas quando valer essa fase que julgava há pouco inútil terá passado e então saberei que não a vivi. 
E será que isso é bom?
Esta aqui é uma reflexão, um dos diálogos que tenho muitas vezes comigo  exposto aos interessados em conversas interiores...
Até onde vale a pena abster-se?
"Você não tem vida social" ou  "Você não tem vida."
Ouso tantas outras coisas de pessoas que no fundo só querem que eu abra os olhos e veja que isso não é tão certo assim.
Eu não sei se tal afirmação é fielmente verídica, mas acabo de perceber que estou menos inflexível. No entanto pergunto, Por quanto tempo durará minha inflexibilidade?
E será que há vontade de mudança mesmo reconhecendo que há algo de errado? Será que alguém que tem nos estudos a chance de reverter a vida, de não repetir o erro de tantas e tantas pessoas tem outras vontades que não somente tal foco?
Eu que passei meu ensino médio negligenciando tanto ouvi de minha mãe que precisava estudar e agora que faço apenas isso de minha vida ouso ela pedir para eu parar um pouco. Ela é bipolar ou estou extrapolando? Se o problema for eu sinto em dizer que não sei se posso parar.
Eu sinceramente não sei, a cada dia descubro mais coisas, mas as vezes sinto que por mais que faça diversas perguntas e reflexões sobre minhas dúvidas não chego a respostas exatas e tudo não passa de momentos.
Quando as emoções despertam em mim esse tipo de sensação penso que não esteja fazendo da forma correta e que há tempo de mudar, mas é como se tivesse esquecido como fazer ou como se algo me impedisse. Então quando menos espero torno a ser a mesma sem vida, para alguns, de sempre.
De um lado desejosa por mudança, por outro talvez incapaz da mesma.


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