domingo, 8 de fevereiro de 2015

A falsa estranha necessitada de atenção!

06-02-15 Sexta-feira

Talvez eu não seja tão ruim assim, digo, com relação a aparência.
Essa não é uma página de pura futilidade. Desculpa, mas, só me vem em mente essa palavra quando resolvo falar sobre "beleza".
Estou agora sentada no banco, a biblioteca está fechada, mais uma vez...Quando fiz anteriormente, sentei-me no banco, tive de levantar pois o barulho de pandeiros, sim trazem pandeiros para o curso, atrapalhou minha leitura. 
Estava me sentindo inferior se comparado à essas garotas que me cercam com seus Vans e seus casacos Gap, e eu aqui, praticamente uma criança vestindo cachorrinhos. _Estranha, pensei, como de praxe. Mas ontem eu refleti um pouco após uma conversa com uma colega, percebo que refletir é algo que faço bastante, e talvez isso seja algo que eu mesma tenha posto em minha cabeça. Com relação a ser estranha.



Para a sociedade,

Tudo que for distinto será julgado por vós como estranho, como ridículo e como algo que se deve manter distância. Isso é incontestável e posso afirmar que estava poluindo meus pensamentos durante todo esse tempo, convertendo-os, corrompendo-os.
Cara sociedade, já não mais me importo sobre o que pensa a meu respeito, já que prefiro ser um ser inconciliável a ser mais um de muitos idênticos. Não vou mais achar que o erro está em mim por eu ter personalidade própria, nem deixar que me afetem os bombardeios de palavras, mesmo que ditas mentalmente ou através de cochichos, nem abalarei-me mediante aos olhares quando for vista em plena temperatura de 34° com casaco, sombrinha, protetor e o que mais puder ser feito por mim a fim de proteger-me.
Pergunto-me como em todo esse tempo pude eu ter sido afetada de tal maneira ao ponto de pôr em mente que sou DEFINITIVAMENTE ESTRANHA E INSOLÚVEL. 
Como alguém pode depreciar-se deste jeito, diminuir-se, achar-se incapaz, por exemplo, de competir com outras garotas por belos rapazes? Ora, isso aqui não se trata de uma competição, pois se fosse, eu ganharia. Mas esse não é o foco.
Agora não me vejo mais como um ser incapaz e ridículo, que se olha no espelho e vê apenas defeitos, muitos defeitos que até as mais belas os possui.
Talvez a saída do ensino médio tenha me feito pensar assim, pois já não me encontro rodeada por pessoas que dentre muitas outras voltam seus olhares e palavras, palavras de elogio, somente a mim. Penso que o tempo inteiro sinto saudade de tanta bajulação.
Ora, eu vejo todas essas garotas, da mesma escola que estudei, recebendo tanta atenção, recebendo toda a atenção, a atenção que era minha e isso faz eu me sentir diminuída e inferior. Pior, como se estas estivessem roubando o meu lugar.
Não cai a fixa de que meu tempo acabou faz mais de 1 ano e que sem dúvida há coisas muito mais importantes que ser notada por pessoas que prezam apenas isso, a notoriedade.
Repetição, ideias vagas, pensamento pequeno..Não sei se isso aqui vai ajudar de alguma forma [...]
Subi as escadas a fim de conferir minha aparência, minha expressão é séria e de durona, já não sei se afirma aos outros que sou..."distinta" ou metida ou sei lá...sei que as pessoas olharam, evitei olhar em seus olhos, apenas segui. Logo quando saí do banheiro, com um quase sorriso no rosto e expressão de alívio percebi o porque de as pessoas terem me fitado.
Não por terem me achado estranha, mas porque estou bela (nada comparado a Megan Fox ou Kristina Pimenova, mas ok) . Sou mais bonita do que achei que fosse, as vezes perco essa noção pelo fato de que para tê-la preciso ter pessoas a minha volta confirmando isso a todo momento, devido a minha insegurança, e agora sei que sou olhada por chamar atenção, e não de um modo ruim. 
Toda essa paranoia fora eu mesma que tinha posto em minha cabeça, não vou culpar a sociedade desta vez..
Acontece que depois de tantas coisas, de tanto tempo sem tê-la, a atenção voltada a mim, e ter colocado em minha cabeça que sou esquisita e que é por isso que me olham, acho que já não sei mais lidar com isso.
Agora penso que assim como vejo muitas garotas, aparentemente bonitas até que se prove o contrário e sinto-me inferior, estas que me olham e que eu achava que era por me acharem estranha, elas talvez pensem da mesma maneira que eu. 
Só quando paro para refletir percebo o quão a vida é engraçada.

#UmaHeliofóbica

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