domingo, 31 de maio de 2015

A indiferença alheia

Venho progressivamente reparando no comportamento das pessoas à minha volta, pois ainda que eu não queira não há como não me indignar com determinadas ações.
Não estou a generalizar ( visto que inúmeras vezes disse que é um erro), mas falo que seletas pessoas, mais precisamente maior parcela do meu estado agem como tal. É minha visão e ponto! E,sem dúvida, não sou a única ou a minoria que pensa assim.

Há 1 mês, eu acho, voltando para casa em um ônibus superlotado e com uma mochila hiper pesada tentando me equilibrar, ver se quem estava atrás de mim oferecia perigo e a me preocupar com minhas coisas para que ninguém abrisse e roubasse algo em um descuido meu (digo porque é a realidade) havia uma dita cuja que estava ao meu lado, porém sentada, e em "lugar especial", que não inclui a mesma, viu que eu estava "me matando" e virou o rosto para a janela em um ato de total descaso. OK!
Foi então que entrou um rapaz com muletas e ninguém se habilitou . Não é que eu queira implantar a ética e o bom senso nas pessoas, até porque isso é algo que deveria partir do indivíduo, no entanto me vi tão indignada ao perceber pessoas ocupando o lugar que é destinado a ele e agirem com naturalidade, então, esperei, olhei e nada...foi aí que falei: "Será que alguém pode dar o lugar a esse moço?"
A dita olhou para mim e disse rindo "Se der para passar" e eu respondi com seriedade "Dá sim" e fiz um esforço para que ela saísse.
Ele me agradeceu com o olhar e com as palavras, pareceu tão indignado quanto eu. Sentou e já foi pegando minha mochila para segurar.


Recentemente, aqui na minha cidade  ficamos cerca de 1 semana sem água devido a quebra de um cano por onde é liberada a água para a cidade, ou algo assim.
Pelo menos eu, pensava que esse acontecimento serviria para que as pessoas se conscientizassem... Como pude ser ingênua. Claro que não é uma totalidade, mas achei que os desperdícios seriam menores.
Só quem vive uma correria, anda em coletivos, lugares públicos ou não, convive com muitas pessoas e mora no Brasil entende do que estou a falar.
O indivíduo é egoísta por natureza e falando assim sou até hipócrita, pois por vezes ajo de maneira um tanto egoísta também, no entanto em se tratando de conviver em sociedade devemos ser, todos, cidadãos e não indivíduo, se é que me entendem.
Não estou dizendo que você deve pedir para segurar a mochila das pessoas porque é sua obrigação, isso é questão de empatia.
 Tantas vezes que pediram para segurar a minha mochila com cara de quem estava sendo obrigado a o fazer que eu preferia que não o fizesse.


Acho oportuno repensar os valores e as atitudes, deixar a hipocrisia de lado e ser cidadão de verdade.
Não é ceder o lugar a quem precisa, segurar uma mochila, ajudar a segurar compras, colocar fones ao ouvir música, evitar algazarra no ônibus, diminuir ou se possível evitar ver esses vídeos (LIXOOSSS) de whatssap em público...por obrigação, mas por perceber que ninguém é obrigado a ouvir coisas fúteis, que uma pessoa que está lendo precisa de concentração e silêncio, que o próximo precisa de sua ajuda e que você pode o fazer.
 Tudo isso não é seu dever caro pseudo cidadão é apenas educação e questão de se mostrar civilizado se pondo no lugar dos outros.
Não vou falar no mundo, mas aqui onde moro falta muito tudo isso. As pessoas perderam o significado da palavra respeito, as mesmas acham que é possível viver sozinhas nesse mundo. Indigna-me o olhar de desprezo, de indiferença e me indigna ainda mais, mesmo não tendo citado até aqui, outras tantas que se aproveitam da bondade de uma minoria para ganhar em cima disso...Sem mais!


Eu que tanto tinha como veredicto a possibilidade de viver bem só hoje me sinto desolada só por ter almoçado sozinha e desesperada ao me ver sem ninguém em alguma situação que me cause pânico ou algo parecido. Por exemplo, semana passada devido à demasiada chuva e à pavimentação desprezível, aliás, a falta da mesma em seletas áreas de meu bairro só consegui chegar ao ponto de ônibus com a ajuda de poucos que não se deixaram tomar pelo alheamento à outrem.
A vida sozinho em uma sociedade tão vasta é insípida e quando a necessidade vem ela exige de nós não que nos humilhemos, mas que sejamos humildes para admitir que precisamos das pessoas.
A indiferença é entristecedora independente de quem a venha e numa era onde os olhos são voltados às telas perdeu-se tanto, perdeu -se o pesar, o sorrir verdadeiro, que muitas vezes mesmo sem querer passa-se a deixar de lado justamente quem está ao lado.
Repensar seus valores vale à pena se almeja progresso em sua vida, pois para tudo há consequências e , talvez, a pior delas seja o arrependimento. (Fica no ar).
ps: Perdoem-me a formatação lixo, não foi culpa minha --' .

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