quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Uma apologia ao meu presente em relação ao meu passado não tão distante

Não tão distante, por assim dizer, pois me restrinjo, nessa escrita, a um período específico de minha vida, mais precisamente a pouco mais ou menos que dois anos.
A minha volta, onde quer que eu esteja, sempre há alguma garota que me lembre de meus tempos de ápice no ensino médio.
... E desfilam como se não houvesse amanhã. E o fazem por crerem serem as únicas que no ambiente abalam. E talvez o sejam, por fazerem parecer que sim.
Os cabelos são longos e pranchados, quando não, quanto ao último, com algum método de alisamento similar.
E eu que tinha extensas madeixas, que por sinal deixavam os garotos extasiados, pareço agora ter aposentado-me. Às vezes ponho a inconformar-me, por ser em demasiadas ocasiões posta de lado.
Os cabelos estão curtos, o espelho não suporta ver-me maquiada, perfume quando lembro, unhas curtas e desmaltadas(acho que esta última foi um neologismo de última hora), a roupa? Vejo-me ao menos 90% do meu dia fardada.


Quem outrora era o centro tornou-se escanteada. Totalmente desalentada e inconformada sinto-me  ao ver que o exibicionismo impera em muitas faces tantas vezes desprovidas de harmonia. Talvez bastem seus belos cabelos.
Sim, os cabelos.
Lembro quando os meus eram famigerados e hoje passam batidos.
Lembro que todos veneravam, deificavam-os e eu nem questionava se eram tão belos quanto diziam.
Talvez seja essa uma das razões pela qual deixo que eles cresçam novamente.
Assim como Sansão, ao menos metade de minha força está em meus cabelos.
Mas sabe que prefiro essa minha fase atual?
Não que seja legal ver-me por vezes desleixar e negligenciar. Mas ser um ser menos dependente da beleza, poder mostrar que tenho conteúdo e ver que quem fala comigo não é pelas belas madeixas é deveras aliviante.
...
Desfilam! Simplesmente desfilam, pois talvez seja a única coisa que saibam fazer.
Talvez os cabelos sejam o melhor que têm a oferecer e quanto ao resto...pelo que percebo falta-lhes.
E é por isso que me orgulho do meu eu atual. Haja vista, no passado eu ser esse ser que no agora vivo a criticar, a julgar ignóbil, talvez de forma exacerbada, mas, pelo sim, pelo não....Um ser que eu não quero mais ser.


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